terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Reflexões



I
SABEDORIA DE JESUS
Dia desses fazia reflexões sobre Jesus Cristo. Entre os grandes feitos de Cristo, sem dúvida, foi contrariar a lei de Talião, uma das pilastras do mundo antigo. A máxima, olho por olho, dente por dente fechava as portas e as janelas ao entendimento, queimava as pontes de passagem à compaixão. Feria de morte a benevolência, um dos pilares do confucionismo. As guerras e os conflitos são a expressão mais sórdida deste modus operandi.
Cristo sabiamente inverte a ordem, o modo viver, ao afirmar: Se alguém te bate numa face, ofereça a outra. E a quem pecar, deve ser  até 77 vezes.
A abordagem, embora simples, estabelece um novo marco regulatório na história do homem.  Suas relações sociais e convívio adquirem um novo viés. E, esse viés se completa com Francisco de Assis ao incluir os animais.
A história do homem, portanto,  a partir dessas duas máximas nunca foi e será a mesma, embora a rancor ainda campeie mundo afora. Mas, tudo tem seu tempo: tempo de semear e tempo de colher. Embora o cultivo seja de ciclo longo, aos poucos, a ceifa vai se consolidando, até o dia em que toda a ira seja abolida e, junto com ela, todas as formas de violência.
Enfim, o homem e a natureza viverão em paz ainda neste mundo. É o ponto de ômega abordado por Telhard de Chardin. As armas, portanto, nesse dia serão abolidas, e viveremos em paz conosco e com a natureza.

Joinville, 5 de novembro de 2016



















II

LEGADO DE CONFÚCIO

As virtudes basilares do confucionismo  são: sabedoria, benevolência e coragem.  Há uma profundidade enorme nas três virtudes.
A Sabedoria, para obtê-la, há que superar-se  as agruras da vida. Quanto maiores e mais complexos os conflitos, uma vez superados, maior a sabedoria. Poucos foram os sábios ao longo da história, até porque a mesma se faz mais  presente nas pessoas simples e humildes, e estes, ao não exibir-se,  deixam escassos relatos à posteridades. Só os próximos usufruem dessa energia; daí estar  pouco presente na literatura e outros relatos, via regra fruto da vaidade humana.  Cristo e Sócrates, sábios venerados, nada escreveram. Ainda bem que os discípulos se encarregaram disso. 
Quanto a benevolência,  para atingi-la há que haver identificação com o próximo. O Segundo mandamento de Moises o aborda. Ama a teu próximo como a ti mesmo. Cristo evoca a máxima.
Por fim, coragem. A coragem é um sentimento inato no homem que somente se manifesta a quem conhece o caminho, e que esteja imbuído de larga vivência. Todas decisão, como uma espada cortante, se calcada na sabedoria, benevolência e coragem  conduz a um estado de espírito superior que faz bem às pessoas. Sua descoberta por Confúcio e propagação, enquanto pérolas do entendimento, deram contribuição decisiva à sabedoria oriental.

























III

IMPRENSA ATUAL

Dias desses acompanhava três comunicadores à distância, estávamos no Cemitério Municipal de Joinville, aguardando o féretro do  Senador Luiz Henrique. Desciam o pau a torto e a direito a todos os  políticos, inclusive no de cujus senador.  Apenas dois parlamentares foram poupados, citando-os como exemplo: um senador e um deputado, os demais, nada valiam no conceito dos comunicadores. Confesso, fiquei profundamente preocupado, não com a classe política, mas com o julgamento leviano e  precipitado de quem tem a responsabilidade da comunicação. É evidente que há políticos problemáticos, mas legar a apenas dois parlamentares virtudes, obviamente era um exagero, um raciocínio tendencioso.
O político, como sabemos  é julgado nas urnas: ou reelege-se ou não. Ademais, quem nunca exerceu o poder executivo, carece de condições para análises abrangentes. Percebia-se na maneira nada amistosa da abordagem, no mínimo, falta de conhecimento. De mais a mais criticavam  a imprensa como um todo, salvo um ou outro comunicador. Ora, se estavam no dever de levantar informações deveriam contribuir para melhorar o meio, não era o caso.
Milan Kundera tem uma máxima que ilustra bem esses fatos. Afirma: “O homem deseja um mundo onde o bem e o mal sejam nitidamente discerníveis, pois existe nele a vontade inata de julgar antes de compreender; sobre essa vontade estão  fundadas as religiões e as ideologias”.
 Busca-se, com frequência,  dividir  as pessoas, os ambientes, as situações e as propostas em boas e más, ao invés de compreendê-las. A mídia,  sobretudo,  se apoia nesse paradigma.  Ao invés de ater-se aos fatos, extrapola-os, com o  intuito de promover  a discórdia. Há um papel bem mais nobre aos comunicadores,  mas pouco evocado:  contribuir para na formação das  pessoas visando a construção de uma sociedade mais justa e humana. Ou seja, um futuro melhor.

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