I
SABEDORIA DE JESUS
Dia
desses fazia reflexões sobre Jesus Cristo. Entre os grandes feitos de Cristo,
sem dúvida, foi contrariar a lei de Talião, uma das pilastras do mundo antigo.
A máxima, olho por olho, dente por dente fechava as portas e as janelas ao
entendimento, queimava as pontes de passagem à compaixão. Feria de morte a
benevolência, um dos pilares do confucionismo. As guerras e os conflitos são a
expressão mais sórdida deste modus operandi.
Cristo sabiamente inverte
a ordem, o modo viver, ao afirmar: Se alguém te bate numa face, ofereça a
outra. E a quem pecar, deve ser até 77
vezes.
A
abordagem, embora simples, estabelece um novo marco regulatório na história do
homem. Suas relações sociais e convívio
adquirem um novo viés. E, esse viés se completa com Francisco de Assis ao
incluir os animais.
A
história do homem, portanto, a partir
dessas duas máximas nunca foi e será a mesma, embora a rancor ainda campeie
mundo afora. Mas, tudo tem seu tempo: tempo de semear e tempo de colher. Embora
o cultivo seja de ciclo longo, aos poucos, a ceifa vai se consolidando, até o
dia em que toda a ira seja abolida e, junto com ela, todas as formas de
violência.
Enfim,
o homem e a natureza viverão em paz ainda neste mundo. É o ponto de ômega abordado
por Telhard de Chardin. As armas, portanto, nesse dia serão abolidas, e
viveremos em paz conosco e com a natureza.
Joinville, 5 de novembro de 2016
II
LEGADO DE CONFÚCIO
As
virtudes basilares do confucionismo são:
sabedoria, benevolência e coragem. Há
uma profundidade enorme nas três virtudes.
A
Sabedoria, para obtê-la, há que superar-se
as agruras da vida. Quanto maiores e mais complexos os conflitos, uma
vez superados, maior a sabedoria. Poucos foram os sábios ao longo da história,
até porque a mesma se faz mais presente
nas pessoas simples e humildes, e estes, ao não exibir-se, deixam escassos relatos à posteridades. Só os
próximos usufruem dessa energia; daí estar pouco presente na literatura e outros relatos,
via regra fruto da vaidade humana.
Cristo e Sócrates, sábios venerados, nada escreveram. Ainda bem que os
discípulos se encarregaram disso.
Quanto
a benevolência, para atingi-la há que
haver identificação com o próximo. O Segundo mandamento de Moises o aborda. Ama
a teu próximo como a ti mesmo. Cristo evoca a máxima.
Por
fim, coragem. A coragem é um sentimento inato no homem que somente se manifesta
a quem conhece o caminho, e que esteja imbuído de larga vivência. Todas
decisão, como uma espada cortante, se calcada na sabedoria, benevolência e
coragem conduz a um estado de espírito
superior que faz bem às pessoas. Sua descoberta por Confúcio e propagação,
enquanto pérolas do entendimento, deram contribuição decisiva à sabedoria
oriental.
III
IMPRENSA ATUAL
Dias
desses acompanhava três comunicadores à distância, estávamos no Cemitério
Municipal de Joinville, aguardando o féretro do Senador Luiz Henrique.
Desciam o pau a torto e a direito a todos os
políticos, inclusive no de cujus senador. Apenas dois parlamentares foram poupados,
citando-os como exemplo: um senador e um deputado, os demais, nada valiam no
conceito dos comunicadores. Confesso, fiquei profundamente preocupado, não com
a classe política, mas com o julgamento leviano e precipitado de quem tem a responsabilidade da
comunicação. É evidente que há políticos problemáticos, mas legar a apenas dois
parlamentares virtudes, obviamente era um exagero, um raciocínio tendencioso.
O
político, como sabemos é julgado nas
urnas: ou reelege-se ou não. Ademais, quem nunca exerceu o poder executivo,
carece de condições para análises abrangentes. Percebia-se na maneira nada amistosa
da abordagem, no mínimo, falta de conhecimento. De mais a mais criticavam a imprensa como um todo, salvo um ou outro comunicador.
Ora, se estavam no dever de levantar informações deveriam contribuir para
melhorar o meio, não era o caso.
Milan
Kundera tem uma máxima que ilustra bem esses fatos. Afirma: “O homem deseja um
mundo onde o bem e o mal sejam nitidamente discerníveis, pois existe nele a
vontade inata de julgar antes de compreender; sobre essa vontade estão fundadas as religiões e as ideologias”.
Busca-se, com frequência, dividir as pessoas, os ambientes, as situações e as
propostas em boas e más, ao invés de compreendê-las. A mídia, sobretudo,
se apoia nesse paradigma. Ao
invés de ater-se aos fatos, extrapola-os, com o
intuito de promover a discórdia.
Há um papel bem mais nobre aos comunicadores,
mas pouco evocado: contribuir
para na formação das pessoas visando a
construção de uma sociedade mais justa e humana. Ou seja, um futuro melhor.
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