Oliveiras
milenares, com mais de 2500 anos estão ameaçadas na Apúlia - sul da Itália.
Tradicional polo produtor de azeite de oliva, o chamado “salto da bota”, região
conhecida também como Salento, há cerca de dois anos vem enfrentado um ataque sem
precedentes da bactéria conhecida no meio científico como Xylella fastidiosa. A
mortalidade das plantas infectadas tem sido elevada.
Segundo
os cientistas, a bactéria tem como vetor uma cigarrinha (Philaenus spumarius),
bastante presente na região. E, apontam que bactéria chegou ao país através de
mundas de plantas ornamentais proveniente da Costa Rica. O fato é que na região da Apúlia ocorreram os
primeiros ataques, constatando-se a mortandade de oliveiras milenares, o que
gerou profunda apreensão entre os produtores locais e demais regiões produtoras. O prejuízo no ano de 2015 chegou a 225
milhões de dólares, segundo estimativas das autoridades agrícolas. A medida radical, o corte de árvores milenares
praticado pelo governo, tem gerado forte reação entre os produtores.
Porém,
como a área de incidência situa-se ao sul do país, as autoridades fitossanitárias
de comum acordo com a União Europeia adotaram zonas de controle, espécie de
cinturão de proteção para conter o avanço da praga. No foco, chamada zona
infectada buscando controlar a população de cigarrinha; em seguida uma zona de
erradicação, eliminado as oliveiras e na sequência uma zona tampão e, por fim
uma zona de segurança. Esperam com a medida evitar que a praga se propague por
outras regiões produtoras tradicionais como Espanha, Portugal e Grécia.
Essa
mesma bactéria, no Brasil vem causando severos danos aos laranjais,
especialmente no Estado de São Paulo, sendo conhecida como amarelinho. Ao
bloquear a circulação da seiva a planta atacada definha, entra em declínio.
Dada à importância da praga, o genoma da mesma foi sequenciado recentemente,
espera-se assim prospectar meios de controla-la.
Como
sabemos a produção de alimentos sempre esteve exposta a risco de ordem
sanitária. O mais dramático de todos, foi à famosa requeima da batata inglesa,
fato ocorrido na Irlanda no século XIX e que resultou na maior onda de fome que
varreu a Europa. Milhares de pessoas pereceram, e outro tanto migrou para os
Estados Unidos, entre as quais a família Kennedy.
Não
fossem medidas fitossanitárias adotadas pelo Ministério da Agricultura e órgãos
afins estaduais, e certamente teríamos problemas para garantir o suprimento de
alimentos. Daí a importância de órgãos como a EMBRAPA em nível federal, e da
Epagri e da CIDASC, em SC.
Rebanhos
e plantas sadias demandam muita ciência e tecnologia e, sobretudo, atenção
permanente da vigilância sanitária.
Onévio Antonio Zabot
Engenheiro Agrônomo
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