terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Legado de Luiz Henrique



Luiz Henrique, enquanto homem público, nos deixa um rico legado. Todos reconhecem. Os fatos arrolados na imprensa escrita e falada o comprovam sobejamente.  Mas há uma faceta menos conhecida: sua presença no universo rural, no campo. Poucos se dão conta disso.  Como visionário, à frente de seu tempo, dizia: Em minhas viagens mundo afora, conheci dois tipos de atividades rurais, cujos protagonistas eram bem sucedidos: os vitivinicultores e os produtores de plantas ornamentais.
Enquanto prefeito e depois governador, tivemos o privilégio de acompanha-lo, estando o seu lado em momentos marcantes. E desses, sem dúvida, a ação efetiva de controle à praga do borrachudo é representativa. Aí há também a contribuição do vereador Arinor Vogelsanger, de saudosa memória. A praga, presente no ambiente rural de Joinville, era motivo de chacota na imprensa nas décadas de 1960 até 1990, quando foi definitivamente controlada graças a um gesto ousado do então prefeito Luiz Henrique.  Há quem diga que reabertura do canal do  Linguado e o controle do borrachudo eram pauta obrigatória na imprensa local.
Hoje, como a praga está sob  controle pouco se fala. Aliás, o que dá certo, o que funciona, em geral não merece atenção. Arinor Vogelsanger na obra À sombra da Esplêndida Cordilheira destaca o fato. O programa de controle do borrachudo lançado em 24 de setembro de 1997, na Vila Nova, estabelece um novo momento para o setor rural. Poucos se lembram disso. 
Mas Luiz Henrique foi além - e talvez aí tenha buscado inspiração para instituir o Código Ambiental Catarinense, e já como senador, mudar o Código Florestal Brasileiro -, em 1997, institui o Programa SOS Nascentes. Graças ao mesmo, Joinville ousa, oficialmente, proteger suas fontes de água na serra do mar – vale do rio Cubatão e Piraí. O programa assentado em cinco projetos: fiscalização, educação ambiental, reposição de vegetação ciliar, saneamento rural e produção de mudas de espécies nativas gesta um novo cenário no ambiente rural. Não fica, porém, apenas nisso. Incentiva atividades rurais, consolidando a CEASA como ambiente de negócio: constrói o pavilhão do produtor e asfalta o pátio, melhorando o ambiente de trabalho e as condições sanitárias. E, ao asfaltar a estrada Bonita, símbolo do turismo familiar rural no Brasil, reconhece a potencialidade do setor, enquanto oportunidade de renda e de contenção do êxodo rural.
 De todos os legados, porém, fica o Código Florestal Brasileiro. Moderno, apropriado, em vigência.  Internaliza a premissa da sustentabilidade, do incentivo à proteção ambiental, ao invés das políticas anteriores de comando e controle, sabidamente inadequadas.
Onévio Antonio Zabot
Engenheiro Agrônomo

Nenhum comentário:

Postar um comentário